Estuques
 

Conservação - Restauro - Reabilitação de Tetos de Gesso Trabalhados

O valor histórico e artístico dos estuques antigos justifica a sua reabilitação. Esta acção exige a identificação das principais anomalias e acções necessárias à sua realização.

A maiores causas para a degradação dos tectos estucados são as humidades e a entrada de água pelas coberturas. Esta situação ocasiona um conjunto de reações em cadeia, tais como o aprodecimento de madeiras (barrotes e fasquiado), a fissuração do estuque dos tectos, ruína das superfícies estucada e queda dos elementos ornamentais.

A reabilitação das superficies estucadas, passa sempre pelo resolução dos problemas que ocasionam a passagem de água (telhados arranjados) e pela reabilitação do sistema de suporte.

Retirar os revestimentos degradados, limpeza do extradorso do tecto, estabilização e consolidação dos elementos em risco de ruína (cravejamento do tecto), reabilitação dos suportes de madeira (nomeadamente os barrotes e o fasqueado), são as principais etapas para a reabilitação de um tecto antigo trabalhado.

A desmontagem do piso, e acesso ao extradorso estucado, efectuar limpeza e aspiração mecânica. Deverá verificar-se as condições do fasqueado, de modo a identificar as fasquias degradadas, de maneira a poder-se fazer a substituição, e deverá estucar-se sobre esse restauro de fasquiado.

As operações de remoção, estabilização ou consolidação executam-se como forma de proteção dos elementos decorativos, que se encontram em queda eminente. A remoção dos ornatos destina-se à retirada dos ornatos, para posterior realização de cópias. As acções de estabilização são de acção diversa e têm a principal função de salvaguardar as áreas de risco de ruína. Nestas situaçõe por vezes é necessário recorrer a estruturas e sistemas complementares de suporte.

A consolidação de estuques dos tectos recorre á aplicação de linhadas de gesso sobre os fasquiados, os quais não podem estar degradados, sob a pena de inviabilizar essa operação.

A maior parte dos trabalhos de reabilitação de tectos estucados envolve a recuperação de elementos de madeira.
Os suportes de madeira são peças estreitas de madeira, dispostas paralelamente (fasquiados), pregadas a vigamentos (barrotes) do mesmo material. São elementos muitos susceptíveis às variações estruturais dos edíficios e ao apodrecimento devido à entrada de água.

A acumulação de poeiras e outros detritos, além de aumentar o peso dos tectos, provoca a redução da ventilação das fasquias e aumenta o nível de humidade devido á capacidade higroscópica da poeira, potencializando, assim, a degradação dos elementos de suporte.

As fasquias podem encontrar-se directamente pregadas às estruturas de suporte, tanto dos telhados como no pavimento do piso superior, ou a estruturas secundárias fixadas ás primeiras. No entanto, em termos de reabilitação, as situações mais complexas são aquelas em que as estruturas de suporte fixam, simultaneamente, o revestimento do tecto e o pavimento ou o ripado da cobertura.

A madeira sofre uma série de acções de degradação provocadas pelo ataque de insectos e pela humidade, proporcionando o desenvolvimentos de agentes biológicos e provocando variações dimensionais. Importa, por isso, conhecer desde a fase de levantamento as condições em que se encontram as estruturas de madeira.

Os elementos de madeira, que apresentem sintomas de aprodecimento, devem ser removidos, quer no todo, quer em parte. Nos fasqueados, estes deverão ser removidos, e eventualmente deverão ser substituídas as partes degradadas e a aplicação de uma substância fungicida (substância para proteger as madeiras contra ataques biológicos, insectos, fungos e bolores).
   
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